É importante ressaltar que o diagnóstico precoce pode prevenir danos graves na aprendizagem da leitura e do cálculo. A avaliação multiprofissional facilitará a identificação, se for o caso, de comorbidades, e, assim, ser proposto o tratamento adequado a cada caso. A escola deve estar atenta ao diagnóstico da criança e às características do TDAH, e buscar a melhor didática (de forma objetiva), alterar o tom de voz, ensinar de maneira interessante, dosar os conteúdos, escutar a criança, estabelecer rotinas mais leves e divertidas, utilizando jogos e brincadeiras para desenvolver e estimular as áreas comprometidas, manter um ambiente acolhedor e reforçador das conquistas e comportamentos adequados.
O Tratamento adequado para as crianças com TDAH deve ser multidisciplinar, inclui medicação, psicoterapia, terapia ocupacional, e, em muitos casos, fonoaudiológico, especialmente quando está presente o transtorno do processamento auditivo. Dentre esses cuidados, a psicoterapia é responsável de forma mais direta pela REGULAÇÃO EMOCIONAL das crianças com TDAH, embora não seja a única, uma vez que em toda e qualquer atividade deve ser incluído este objetivo.
A psicoterapia de crianças com TDAH com o objetivo de desenvolver a regulação emocional envolve uma série de atividades de expressão corporal, verbal e comportamental a fim de estimular a autoconfiança, o controle dos impulsos, a noção de empatia, a redução da ansiedade e equilibrar o regular o humor. Envolve um infinidade de jogos, brincadeiras e materiais, além de técnicas específicas de cada abordagem psicológica, que proporcionam à criança se expressar em ambiente relaxado, tranquilo, sem julgamento e acolhedor.
A avaliação começa com uma extensa análise clínica do caso por um especialista em TDAH e deve incluir entrevistas com pais ou responsáveis e com o próprio paciente, investigação acerca de comorbidades psiquiátricas a fim de diferenciar os sintomas de outras patologias, como o transtorno opositor e desafiante, depressão, ansiedade, o Transtorno Bipolar, manifestações emocionais, entre outras possibilidades e revisão do histórico médico, psicossocial e familiar, desenvolvimento infantil, vida escolar / profissional; relacionamentos, dificuldades e expectativas mencionadas pelo paciente, que possam estar relacionadas à distração, hiperatividade /agitação e impulsividade, dentre outros sintomas.
Escalas de avaliação do comportamento, preenchidas tanto por pais ou responsáveis quanto por professores, são ferramentas úteis para o processo de avaliação dos sintomas, embora não seja recomendado seu uso como única fonte para realização do diagnóstico. Ainda segundo os parâmetros clínicos da Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente, a utilização de testes psicológicos ou neuropsicológicos não é obrigatória para o diagnóstico do TDAH, mas é recomendada em casos de suspeita de déficits intelectuais ou transtornos de aprendizagem, podendo contribuir de forma significativa para o entendimento de déficits funcionais do paciente.
A partir desta análise preliminar e das características do caso, o especialista pode solicitar outros testes e exames, desde exames médicos – clínicos e/ou neurológicos – ou outros exames psicodiagnósticos, como avaliação cognitiva, neuropsicológica, comportamental e emocional. Uma avaliação mais detalhada se faz especialmente necessária quando há suspeita de outros transtornos, comorbidades ou fortes componentes comportamentais, emocionais ou cognitivos (intelectuais) envolvidos.